segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Alvaro Recoba, a Poesia em forma de Pro Evolution

Ainda me recordo quando, inocentemente e pela primeira vez na vida, escolhi o Inter de Milão no Pro Evolution 4. Algo de magico se sucedeu. Havia um rapaz, um rapaz pequeno, dotado de uma tecnica divinal, rapido como um felino que traçou uma exibição de luxo. Era o começo duma epopeia, a epopeia Alvaro Alexander Recoba.
Quero falar-vos de um poeta. Um poeta do Pro Evolution maravilha que transformou em terreno aquilo que nem os Deuses, na relva do Olimpo, tinham logrado sonhar.

Há quem defenda que a bola é um ser vivo, dotada de vontade própria, que só se aproxima daqueles que a sabem tratar bem, com amor e carinho. Também penso assim. Por isso, durante muito tempo, pensou-se que o tesouro do Pro Evolution estava guardado num lugar seguro, fechado a sete chaves: O corpo de Alvaro Recoba.
Em qualquer momento ou local que repouse a sua existência, Recoba seguirá driblando para a eternidade na minha memória como um desafio ao impossível, rompendo fronteiras no tempo, porque jogar com ele, no Inter de Milão, foi, para mim, um agnóstico que gosta e respira Pro Evolution, a única prova de que Deus existe.
Como definir Recoba? Era Deus jogando Pro Evolution. Uma vez quando estava em casa, já aborrecido de estar sempre sentado no mesmo sofá, encafuado dentro de um quarto escuro e obsuleto, brincava com Recoba no eixo do terreno. De repente, num acto de futebol relampago, El Chino inicia um Slow-on pela extremidade direita do ataque Nerazurri. Driblando defesas atras de defesas rompe para o centro do terreno e remata forte em direcção do angulo superior esquerdo da baliza de Dida.
Existe a obra divina e existe a obra humana. Existe a obra perfeita e existe a obra imperfeita. Neste cenário perfeito, o Pro Evolution de Alvaro Recoba terá sido uma obra divina ou um feito meramente terreno?

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