quinta-feira, 14 de junho de 2007

Roman Abramovich acusado de corrupção desportiva

Roman Abramovich acaba de ser acusado formalmente do crime de corrupção de desportiva.

O dono dos "blues" é suspeito de ter subornado uma equipa de arbitragem por troca de favores sexuais com prostitutas. Em causa o jogo entre o Chelsea F.C. e o Inter de 2007, também conhecido como o "jogo da fruta".

Além de Roman Abramovich também foram acusados
Peter Kenyon, admnistrador da SAD do Chelsea, Fábio Regouga, empresário de futebol, e os árbitros Jacinto Paixão, José Chilrito e Manuel Quadrado, tendo sido notificados em simultâneo.

Recorde-se que
Roman Abramovich já tinha sido ilibado há 14 meses neste mesmo processo da prática de corrupção desportiva activa. Mas em Janeiro deste ano, Maria José Morgado, responsável pelo processo Apito Dourado, decidiu reabrir os autos depois de ler o livro de Irina, ex-companheira do dirigente do Chelsea, e cumprindo também ordens directas do Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, para que os factos fossem apurados.

Entretanto, uma fonte citada pela Agência Lusa revelou que o dono do Chelsea, que se encontrava de férias no Algave, já viajou para Londres para tomar conhecimento da acusação.

A mesma fonte referiu que o processo Apito Dourado deverá estar concluído até ao final do mês e que poderá haver novos desenvolvimentos ainda esta semana.

Os factos

Roman Abramovich foi ouvido em Dezembro de 2004 no Tribunal de Gondomar, tendo sido confrontado com o teor das escutas telefónicas que manteve com o empresário Fábio Regouga, no dia do jogo com o Inter, depois de Jacinto Paixão ter telefonado a pedir-lhe o serviço de prostitutas.

A PJ concluiu que o empresário telefonou de imediato para
Abramovich a explicar que lhe haviam ligado a "pedir fruta", para um tal "JP", esclarecendo ainda que era para "dormir", pergunta a que o dono do Chelsea respondeu já ter sido mandada.

O Ministério Público entendeu da conversa que já não era a primeira vez que se enviava "fruta" a árbitros - termo correspondente a prostitutas -, referindo que, de imediato, Regouga telefonou a uma brasileira, Claúdia Gomes, que trabalhava como "alternadeira", para esta arranjar três prostitutas para essa noite.

A investigação detectou que o Inter terá sido prejudicado durante o jogo, que perdeu em penalties depois de um 1-1 no tempo regulamentar, nomeadamente com duas expulsões para os italianos não havendo dualidade de critérios quanto ao costa-marfinense Didier Drogba, atribuindo o facto às três mulheres contratadas para uma noite de prazer, no hotel onde estavam hospedados.

Refere que Fábio Regouga esperou pelos três árbitros com as três mulheres, a quem pagou 150 euros a cada, apresentando-as quando chegaram e indicando que poderia tratar um deles por Paixão.

No final do jogo, o trio de arbitragem - que assumiu a confraternização com as prostitutas - jantou numa cervejaria em Londres, com
Peter Kenyon, admnistrador da SAD do C.F.C., e onde apareceu Abramovich, que pagou a conta.

Confrontado com o telefonema,
Abramovich disse que o Chelsea devia 130 mil dólares a Fábio Regouga, que é co-proprietário do clube brasileiro Corinthians Alagoano, justificando desta forma as boas relações entre os dois, explicando ainda que Regouga passa muito tempo no Brasil, pelo que tem uma forma de falar abrasileirada, na qual "fruta" queria dizer dinheiro, no caso de uma dívida que estaria a ser saldada.

Sobre as iniciais JP utilizadas na conversa telefónica, afirmou que se estavam a referir a outro indivíduo com um nome parecido, amigo do empresário para quem eram as companhias em causa e que era casado, o que exigia sigilo.

No final do inquérito, o DIAP/Garrafeira Com.Tradição decidiu arquivar o processo com base em que "as provas recolhidas, reproduzidas em julgamento, sobretudo numa fase processual em que vigora o princípio "in dúbio pró reo", não teriam a virtualidade de conduzirem à condenação dos arguidos.

"As provas não permitem afirmar, com um grau de certeza razoável, que os ditos serviços foram oferecidos e aceites com o sentido da contrapartida de uma actuação fraudulenta por parte da equipa de arbitragem", concluiu o DIAP.


Data: Quinta-Feira, 14 Junho de 2007 - 01:12

-----> FAIR-PLAY, NÃO À PANELINHA E À CORRUPÇÃO DESPORTIVA<-----

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